terça-feira, 4 de agosto de 2009

Começando um blog

Em conversa no local onde trabalho recebi um conselho de criar o hábito de escrever todos os dias, como um exercício. Exclui da minha mente as lembranças um pouco duvidosas desse conselheiro quando ministro desse país, e dei ouvidos a ele. Esquecendo seus títulos, é um senhor inteligente, com grande experiência de vida, conhecedor de diversas culturas. Nem um dia sem linha, foi um ditado que ele citou.
Agora então inicio esse blog, que a idéia é ser um diário. Quero poder todos os dias entrar aqui e escrever alguma coisa, qualquer que seja.
Pra começar sem ficar só no bla bla bla quero falar do filme que assisti no final de semana, que aliás demorei para assistir. Ensaio sobre a cegueira com direção de Fernando Meireles baseado no livro de José Saramago. O filme é excelente, o livro deve ser sensacional, mas vou me ater em apenas um pedacinho.
A um momento do filme, quando o Gael mostra sua arma e começa a tiranizar os outros excluídos, a Julianne Moore diz a ele: "Não esquecerei seu rosto" o que o deixa muito perturbado. Na minha impressão, a perturbação dele não se dá por ouvir essa frase num lugar onde todos estão cegos, mas pela possibilidade de alguém ver o rosto dele fazendo tudo que ainda viria a fazer. Fiquei pensando que um ods motes do filme é o que voce faz quando ninguem ve o que voce esta fazendo, mas agora acho que fui além. A questão não é ninguém saber O QUE voce está fazendo, mas ninguém saber QUEM está fazendo. (eu não assino esse blog com meu nome).
No livro que estou lendo agora um dos personagens defende a idéia de que a virtude só existe porque a humanidade acredita na imortalidade. O homem não é bom, ele age com bondade porque um dia irá responder por seus atos, mesmo os invisíveis. Um dia ele será reconhecido por tudo que faz, seja após a morte, seja em outra vida ( o personagem tem ótica cristã).
Eu também penso assim. Não acho que todo mundo agiria pior do que age hoje, mas a maioria das pessoas sim. Também não acho que o tempo todo, mas seria mais constante tirar uma folga do papel de "bom samaritano". Penso que a maioria das "boas" ações são fruto de culpa e medo.
Esse post já ficou comprido e não tem uma conclusão. Temas pra pensar depois são imortalidade, maniqueismo de bom e mau, será que me inspiro a escrever sobre isso?
Ah, o livro é Os irmãos Karamázov de Dostoievski, e é o Ivan Fiodorovitch que dá essas idéias.

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