quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Meu pai.
Meu pai me ensinou que cada pessoa é um mundo. E a gente perde muita coisa quando se fecha pra todo um mundo. Meu pai me ensinou que não devo ficar esperando outros fazerem (nem adivinharem) o que eu quero, especialmente se eu posso faze-lo. Meu pai me ensinou que quando quero saber mais sobre alguma coisa eu posso aprender. Com amor e me protegendo me ensinou a ser independente. Meu pai me ajudou a ampliar minha visão, a tentar pensar outros pontos de vista diferentes dos meus. Me confundiu a beça, mas tentou me ensinar a ver o macro das situações. Meu pai me ensinou a ser livre de valores que não são meus, e que tudo é pequeno, e que tudo é grande, e que quase sempre isso depende do ponto de referência.
Mesmo quando ele enchia meu saquinho e falava um monte de besteiras (pai também fala besteiras) ele me ensinava que eu sei pensar diferente dele. Ele me acostumou a não engolir sem mastigar (no sentido figurado!) e me ensinou a pensar. Meu pai me ensinou as capitais do Brasil, dos outros países e mais um monte de coisas fingindo que a gente tava brincando de quem sabe mais. Me ensinou a consertar a resistência do banheiro, o lustre do meu quarto, e essas coisas que eu detesto fazer, mas eu sei. Meu pai me ensinou mais um monte de coisas que eu nem sei que ele me ensinou! Dia 04 foi aniversário do meu pai. Meu pai Meu pai Meu pai

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Alice de frente pro espelho

O ser humano se reconhece através do outro. Sempre (talvez nem sempre) pensei isso, mesmo antes de pensar muito sobre o assunto. Penso que as características da gente surgem na relação . Alguém é bravo, legal, alto, gordo, peludo, inteligente, relacionado a outras pessoas ou coisas.

Aí imagina a pessoa em frente a um espelho onde seu prórpio reflexo é o outro. Cada passo que ela dá em direção ao outro, se aproxima de si mesmo. Cada passo pra longe de si, do espelho, também o afasta do outro.

(será que esse blog vai reforçar minha fama de retardada?)

Essas linhas abaixo não precisam fazer sentido, algumas coisas que escrevo não costumo reler:

Me manda fazer
me manda olhar pra uma flor e esperar
me manda olhar pra uma foto e pensar
me manda pra longe de você,
pra longe de mim.
me manda sentar, me manda acender, me manda assistir.
me pede uma cara, me pede um cabelo, me pede uma música.
me pede muitos anos, me pede lealdade,
me pede pra concordar.
Faço tudo de bom grado,
e ás vezes até acredito.
E me sinto que nem um barco, quanto mais perto do porto, mais longe do mar.